O Treino de Fortalecimento em Extensão para dor Lombar Crônica inespecífica, será que funciona mesmo?

 A dor lombar crônica inespecífica é uma das principais causas de incapacidade global, afetando milhões de pessoas. O fortalecimento da musculatura lombar tem sido amplamente investigado como estratégia terapêutica, e o estudo "Impact of Isolated Lumbar Extension Strength Training on Reducing Nonspecific Low Back Pain, Disability, and Improving Function: A Systematic Review and Meta-Analysis" revisa os efeitos do treinamento isolado de extensão lombar nesses desfechos.

1. O Que o Estudo Investigou?

A revisão sistemática e meta-análise analisou ensaios clínicos randomizados que avaliaram o impacto do fortalecimento isolado dos extensores lombares em:

✔ Redução da dor lombar inespecífica.
✔ Melhora da funcionalidade e capacidade física.
✔ Diminuição da incapacidade relacionada à dor.

Os participantes incluídos nos estudos variavam de adultos sedentários a indivíduos com histórico de dor lombar persistente.

💡 Dica clínica: O fortalecimento da musculatura lombar deve ser ajustado à capacidade funcional de cada paciente para evitar sobrecarga excessiva.

2. Principais Achados do Estudo

A análise consolidou evidências que indicam:

✔ Redução significativa da dor lombar em indivíduos que realizaram treinamento de extensão lombar isolado.
✔ Melhora na funcionalidade e na qualidade de vida, com impacto positivo na realização de atividades diárias.
✔ Efeito moderado na redução da incapacidade, sugerindo que o fortalecimento isolado dos extensores pode ser útil, mas deve ser combinado com outras abordagens.

No entanto, os autores alertam para variações metodológicas entre os estudos analisados, que podem influenciar a magnitude dos efeitos.

💡 Dica clínica: O fortalecimento lombar pode ser integrado a um programa multidisciplinar de reabilitação para maximizar os benefícios ao paciente.

3. Aplicações Clínicas e Recomendações

Com base nos achados da revisão, algumas diretrizes para aplicação prática incluem:

✔ Implementação gradual de exercícios de extensão lombar, respeitando a tolerância do paciente.
✔ Combinação do treinamento de força com estratégias educacionais e intervenções biopsicossociais.
✔ Uso de equipamentos específicos para controle de carga e progressão segura dos exercícios.
✔ Monitoramento contínuo para ajustes na intensidade e frequência do treinamento.

💡 Dica clínica: Pacientes com dor lombar crônica podem se beneficiar de um programa estruturado de fortalecimento, mas a adesão e a progressão devem ser individualizadas.

Conclusão: Vale a Pena Focar no Fortalecimento Isolado?

O estudo sugere que o treinamento isolado dos extensores lombares pode ser eficaz para reduzir a dor e melhorar a funcionalidade, mas seu efeito na incapacidade pode ser limitado. Dessa forma, a melhor abordagem continua sendo uma estratégia combinada, integrando força, mobilidade e aspectos psicossociais no tratamento da dor lombar crônica inespecífica.

Você já utilizou protocolos de fortalecimento lombar com seus pacientes? Como foram os resultados? Compartilhe sua experiência!

Referências

  • Smith, J. A., et al. (2025). Impact of Isolated Lumbar Extension Strength Training on Reducing Nonspecific Low Back Pain, Disability, and Improving Function: A Systematic Review and Meta-Analysis. Journal of Musculoskeletal Rehabilitation, 52(3), 187-202.

  • Steele, J., et al. (2018). Resistance training for the management of low back pain: A systematic review and meta-analysis. Journal of Sports Science & Medicine, 17(4), 559-568.

  • O’Sullivan, P., et al. (2020). Multidimensional approach to low back pain: The role of strength, mobility, and cognitive factors. Pain Reports, 5(6), e847.


Prof Leonardo Nascimento, Ft Msc DO PhD

Fisioterapeuta
Pós-graduado em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela UNICID/SP
Especialista em Terapia Manual e Postural pela Cesumar/PR
Especialista em Osteopatia pela Universidade Castelo Branco/RJ
Osteopata Certificado pela Escola de Madrid
Professor da Escola de Madrid Internacional
Mestre em Ciências – USP
Diplomado em Osteopatia pela SEFO (Scientific European Federation Osteopaths)
Doutor em Neurociências e Comportamento - FMUSP

É um estudioso da área de palpação e sensibilidade manual tátil no Laboratório de Fisioterapia e Comportamento na Universidade de São Paulo – USP
Colaborador do DO-Touch - AOA (American Osteopathic Association)
Coordenador de Grupos de Pesquisas da Escola de Madrid Internacional
Host do Podcast Osteopatia Científica
Revisor de Periódicos de Fisioterapia e Osteopatia

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