Degeneração da Coluna Vertebral: Um Processo Natural do Envelhecimento



A degeneração da coluna vertebral é frequentemente associada a dores nas costas, levando muitos a acreditarem que alterações detectadas em exames de imagem são necessariamente indicativas de problemas clínicos. No entanto, um estudo publicado no American Journal of Neuroradiology revelou que essas alterações são comuns mesmo em indivíduos assintomáticos e aumentam com a idade.


O estudo mostrou que a degeneração do disco está presente em 37% dos indivíduos aos 20 anos e em 96% aos 80 anos. A protusão discal foi observada em 29% das pessoas aos 20 anos, aumentando para 43% aos 80 anos. Já a degeneração facetária foi encontrada em 4% dos indivíduos aos 20 anos e em 83% aos 80 anos. Esses dados indicam que muitas alterações degenerativas detectadas por imagem podem ser parte do processo natural de envelhecimento e não necessariamente causadoras de dor ou desconforto.


É crucial que profissionais de saúde considerem esses achados no contexto clínico do paciente. Nem todas as alterações degenerativas identificadas em exames de imagem requerem intervenção médica ou cirúrgica. Uma abordagem que leve em conta os sintomas e o bem-estar geral do paciente é fundamental para evitar tratamentos desnecessários.


A degeneração da coluna é uma parte natural do envelhecimento. Reconhecer isso ajuda a evitar diagnósticos excessivos e intervenções desnecessárias, promovendo um cuidado mais centrado no paciente.


Referência:


Brinjikji, W., Luetmer, P. H., Comstock, B., Bresnahan, B. W., Chen, L. E., Deyo, R. A., … & Jarvik, J. G. (2015). Systematic Literature Review of Imaging Features of Spinal Degeneration in Asymptomatic Populations. American Journal of Neuroradiology, 36(4), 811-816.


Por Leonardo Nascimento, Ft Msc DO PhD
Fisioterapeuta
Pós graduado em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela UNICID/SP
Especialista em Terapia Manual e Postural pela Cesumar/PR
Especialista em Osteopatia pela Universidade Castelo Branco/RJ
Osteopata Certificado pela Escola de Madrid
Professor e Coordenador da Escola de Madrid
Mestre em Ciências – USP
Diplomado em Osteopatia pela SEFO (Scientific European Federation Osteopaths)
Doutor em Neurociências e Comportamento - FMUSP

É um estudioso da área de palpação e sensibilidade manual tátil no Laboratório de Fisioterapia e Comportamento na Universidade de São Paulo – USP

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