Manipulação lombopélvica na Síndrome da Dor Patelo Femoral
Uma das desordens musculoesqueléticas
mais frequentes que acometem a articulação do joelho é a síndrome da dor
patelofemoral (SDPF). Sua incidência é maior em populações fisicamente ativas
como adfolescentes, adultos jovens e atletas, ocorrendo com maior frequência entre
as mulheres em função da largura da pelve, anterversão femoral, ângulo Q,
torção tibial, força do quadríceps e lassidão ligamentar do joelho.
A etiologia da SDPF ainda é
incerta, sendo a causa mais comum o mau posicionamento da patela. Entre outros
fatores citados na literatura, estão o aumento do ângulo Q, a insuficiência do
vasto medial oblíquo e a fraca ativação das fibras posteriores do glúteo médio.
Além disso, há destaque para a pronação excessiva da articulação subtalar,
levando a compensações biomecânicas que sobrecarregam a articulação do joelho.
A dor pode ser considerada
como uma resposta fisiológica normal, predita e decorrente de um estímulo
mecânico, térmico ou químico. A dor é o principal sintoma apresentado pelos
sujeitos com SDPF, a qual se caracteriza como difusa, retropatelas ou
peripatelar, frequentemente bilateral e com períodos de exacerbação. Os pacientes
se queixam de dor principalmente durante atividades que envolvam flexão do
joelho como subir e descer escadas, agachar e permanecer sentado por tempo
prolongado.
Já discutimos por aqui
muitas vezes o assunto efeitos das manipulações e esse estudo decidiu avaliar
os efeitos imediatos da manipulação lombopélvica sobre a atividade
eletromiográfica dos músculos vasto medial, vasto lateral e glúteo médio, bem
como dor e desempenho funcional em atletas com SDPF>
Foi realizado um estudo randomizado
placebo-controlado. Foram selecionados vinte e oito atletas com síndrome da dor
patelo-femoral foram divididos aleatoriamente em dois grupos. Um grupo recebeu
uma manipulação lombopélvica (Chicago Tecnic) do lado do joelho envolvido ou
mais acometido, enquanto o outro grupo recebeu uma manipulação simulada ou sham
(já conversamos aqui sobre a utilização do Sham em manipulações).
A atividade EMG do vasto
medial e lateral e glúteo médio foram registrados antes e após a manipulação
durante a realização de uma tarefa de balanço do calcanhar.
As habilidades funcionais
foram avaliadas utilizando dois testes: o step-down e de single leg hop, dois
testes muito utilizados em avaliações funcionais de ateltas. Além disso, a
intensidade da dor durante os testes funcionais foi avaliada através de uma
escala visual analógica (VAS).
O início e a amplitude da
atividade EMG do vasto medial e glúteo médio foram, respectivamente, antes e
mais elevada no grupo de manipulação em comparação com o grupo sham.
Não houve diferenças
significativas, no entanto, entre os dois grupos em EMG início do vasto
lateral.
Enquanto as pontuações do
teste single leg hop foram semelhantes em ambos os grupos, houve melhora
significativa no teste de step-down e intensidade da dor no grupo de
manipulação em comparação com o grupo sham.
Logo, a manipulação lombopélvica pode melhorar
a dor patelofemoral e nível funcional em atletas com síndrome da dor
patelo-femoral.
Estes efeitos podem ser
devido às mudanças observadas na atividade EMG do glúteo médio e músculos
vastos. Portanto, a manipulação lombopélvica pode ser considerada no protocolo
de reabilitação dos atletas com síndrome da dor patelo-femoral.
Bibliografia
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Man Ther. 2016 Apr;22:16-21. doi: 10.1016/j.math.2016.02.002. Epub 2016 Feb
13.
Escrito
por
Leonardo
Nascimento, Ft Msc ETM DO
Fisioterapeuta
pela UNICID/SP
Pós
graduado em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela UNICID/SP
Especialista
em Terapia Manual e Postural pela Cesumar/PR
Especialista
em Osteopatia pela Universidade Castelo Branco/RJ
Osteopata
Certificado pela Escola de Madrid
Professor
e Coordenador da Escola de Madrid
Mestre
e Doutorando em Ciências da Reabilitação – USP
Diplomado
em Osteopatia pela SEFO (Scientific European Federation Osteopaths)
É um estudioso da área de palpação e
sensibilidade manual tátil no Laboratório de Fisioterapia e Comportamento na
Universidade de São Paulo – USP
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