Terapia Craniossacral: Entre a Intuição e a Ausência de Evidência
A terapia craniossacral (TCS) é frequentemente apresentada como uma técnica manual sutil e poderosa, capaz de tratar uma infinidade de disfunções — de cefaleias a transtornos do espectro autista — por meio de toques quase imperceptíveis no crânio e sacro. No entanto, quando submetida ao crivo da ciência e da metodologia rigorosa, essa abordagem mostra-se frágil, baseada em premissas fisiológicas inconsistentes, baixa plausibilidade biológica e pobre sustentação empírica. As bases teóricas: onde está a coerência fisiológica? A TCS parte da premissa de que existe um "ritmo craniossacral" independente, gerado pela flutuação do líquido cerebroespinhal, que pode ser percebido pelas mãos do terapeuta treinado. Aqui começa o problema: Não há evidência fisiológica robusta que comprove a existência desse ritmo como um fenômeno autônomo e palpável. Estudos de histologia, fisiologia e neuroanatomia não sustentam essa hipótese. A mobilidade dos ossos cranianos em adultos, proposta como...