A virada silenciosa da terapia manual: menos geografia, mais fisiologia (e contexto).
A percepção clínica sobre terapia manual está migrando do discurso de “recolocar estruturas” para a narrativa de modular sistemas — com cérebro, expectativa e aliança terapêutica dividindo o protagonismo com a biomecânica. E isso é bom. Só não vale transformar plausibilidade em dogma.
“Vamos reduzir a sensibilidade do sistema e facilitar o movimento. O efeito rápido costuma vir de respostas do cérebro e dos nervos, somadas ao contexto (confiança, expectativa, ambiente). Se seu corpo responder agora, a gente consolida com estratégias ativas.”
O foco sai de “consertar peças” e vai para regular processos (dor, controle motor, percepção de ameaça), com a biomecânica a serviço disso — e não como protagonista absoluto.
-
Sim, neurociência e contexto importam — muito.
-
Não, isso não significa que “qualquer mecanismo serve” se for plausível. Precisamos de estudos que conectem comportamento do terapeuta, comunicação, fatores contextuais e desfechos do paciente com medidas mais objetivas.Enquanto isso, vale o caminho do meio: clareza, testar-retestar, ancorar ganhos imediatos com movimento e educação, e cuidar das palavras tanto quanto das mãos.
Para levar contigo hoje
-
Explique MT como modulação de sistemas.
-
Projete o contexto (aliança, expectativa, segurança) como parte da dose.
-
Use biomecânica como ferramenta, não como doutrina.
-
Prometa processo, não milagre.
-
Valide na prática: teste, reteste, ancore com estratégias ativas.
Se este texto fez sentido, compartilhe com quem ainda explica MT em termos de “desalinhou/alinhei”. Quer o roteiro anti-nocebo e os quadros com percentuais para suas aulas? Comenta aqui ou me chama no direct.
Leonardo Rios Diniz, PT, DO MRO(Br), MSc
Fisioterapeuta e Osteopata
Mestre em Ciências Médicas pela Universidade de Brasília (UnB)
Formação em Osteopatia pelo Instituto Brasileiro de Osteopatia W. G. Sutherland
Pós-graduação em Fisioterapia Traumato-Ortopédica pela Universidade de Brasília (UnB)
Membro do Registro Brasileiro dos Osteopatas
Aprimoramento em Doenças Reumáticas pela EULAR (European Alliance of Associations for Rheumatology)
Aprimoramento em Biomecânica Crâneo-Cervical e Fisiopatologia da ATM
Sócio-diretor da Corpo Clínica de Fisioterapia Ltda.
Professor em cursos de graduação, pós-graduação e formação em terapia manual
Pesquisador em terapia manual e aprimoramento do diagnóstico clínico e funcional
Tradutor técnico-científico em ciências da saúde
Host do Podcast Osteopatia Científica
Cofundador da Comunidade Osteopatia Científica
Membro do CABSIN (Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa)
Estou acompanhando o blog e gostando muito. Obrigada pela ajuda.
ResponderExcluir