Osteopatia e a Saúde da Mulher


         Gostaríamos de ter publicado esse texto no Dia das Mães ou no Dia Internacional da Mulher mas, infelizmente ele só foi publicado agora em junho!

         Em uma Revisão Sistemática recém publicada teve como objetivo avaliar os efeitos da Osteopatia ou Tratamento Osteopático Manipulativo (OMT) em mulheres com distúrbios ginecológicos e obstétricos.

          Foi realizada uma pesquisa de todos os artigos encontrados até abril 2014 (isso mesmo!) nas bases de dados: MEDLINE, Embase,  biblioteca Cochrane usando MeSH e termos livres.

          Todos os estudos clínicos que investigam o efeito da OMT em condições ginecológicas e obstétricas foram incluídos, bem como trabalhos inéditos. Os comentários e as contribuições pessoais foram excluídos.

          Os estudos foram catalogados por população, desfechos, resultados e efeitos adversos. Dois avaliadores independentes selecionaram e coletaram os dados de um total de 24 estudos, utilizando um formulário de extração de dados ad-hoc.

          Uma Revisão Sistemática se caracteriza por interpretar dados da forma mais homogênea possível mas, nesse caso a grande heterogeneidade dos estudos levou a uma revisão narrativa - que é uma forma de agrupar esses dados para uma melhor interpretação.

          Dos 24 estudos, obtivemos um total de 1840 pacientes com dores nas costas e na coluna lombar na gravidez, dor como desfecho e uso de drogas durante o parto, problemas de fertilidade, dismenorréia, sintomas de menopausa e dor pélvica.

           No geral, OMT pode ser considerada efetiva sobre a dor lombar na gravidez, mas os dados não mostram melhoras significativas nas outras condições ginecológicas e obstétricas.

           Apenas três estudos (12,5%) referiram eventos adversos após a OMT.

           Embora termos encontrado efeitos positivos, um ponto ressaltado pelos autores na conclusão foi de que a heterogeneidade dos desenhos de estudo, o baixo número de estudos e do alto risco de viés de estudos incluídos impediu uma análise mais aprofundada sobre o tema.

          Outras investigações com metodologia mais pragmática, melhor e descrição detalhada das intervenções e comunicação sistemática de eventos adversos são recomendados a fim de obter resultados sólidos e generalizáveis. (Entendeu a dica????)


Escrito por

Leonardo Nascimento, Ft Msc ETM DO
Fisioterapeuta pela UNICID/SP
Pós graduado em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela UNICID/SP
Especialista em Terapia Manual e Postural pela Cesumar/PR
Especialista em Osteopatia pela Universidade Castelo Branco/RJ
Osteopata Certificado pela Escola de Madrid
Professor e Coordenador da Escola de Madrid
Mestre e Doutorando em Ciências da Reabilitação – USP
Diplomado em Osteopatia pela SEFO (Scientific European Federation Osteopaths)

É um estudioso da área de palpação e sensibilidade manual tátil no Laboratório de Fisioterapia e Comportamento na Universidade de São Paulo – USP

       


Bibliografia

Ruffini N, D'Alessandro G, Cardinali L, Frondaroli F, Cerritelli F. Osteopathic manipulative treatment in gynecology and obstetrics: A systematic review.Complement Ther Med. 2016 Jun;26:72-8. doi: 10.1016/j.ctim.2016.03.005.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

INTERDEPENDÊNCIA REGIONAL

Nervo vertebral

Argumentos a favor e contra o movimento da sinostose esfeno-occipital: Promover o debate