Confiabilidade dos testes das articulações sacroilíacas - qual ou quais testes devemos utilizar?

Man Ther. 2007 Feb;12(1):72-9. Epub 2006 Jul 12.

The reliability of selected motion- and pain provocation tests for the sacroiliac joint.
Author information

1Section for Health Science, University of Oslo, P.O. Box 1153, Blindern, N-0318 Oslo, Norway. h.s.robinson@medisin.uio.no <h.s.robinson@medisin.uio.no>



O artigo citado é do periódico Manual Therapy cujo índice de impacto é de 1,761 e já sabemos o que isso significa.

Começamos a semana falando sobre o índice de Kappa que é uma maneira de avaliarmos a concordância de um fenômeno e agora vamos analisar um artigo onde essa ferramenta foi utilizada.

O estudo se propôs a realizar a confiabilidade entre sete testes para a articulação sacroilíaca uni ou bilateralmente.

Os testes escolhidos foram - teste de compressão, teste de distração ou “gapping” test, teste provocativo de dor posterior, teste de Patrick ou Fabere, teste de rotação interna bilateral em prono, teste de joint play (teste de palpação) e drop test. Os testes foram selecionados por se tratarem de testes muito utilizados na prática clínica.
Os sujeitos avaliados no estudo eram um total de 61 entre homens e mulheres com idade entre 18 e 50 anos. Foram selecionados pacientes com em um primeiro grupo com pelve espondilose anquilosante (sem a cifose característica instalada) (AS), em um segundo grupo com sintomas de problemas pélvicos após parto (PP) por mais de 6 semanas e o terceiro grupo (grupo controle) era formado por pessoas sem dores lombares.

Os grupo AS era formado por 15 sujeitos, o grupo PP era formado por 30 mulheres e o grupo controle era formado por 16 sujeitos.

Todos os sujeitos foram examinados por dois fisioterapeutas com experiência clínica de 5,8 anos em média em terapia manual ou seja, se tratam de profissionais com habilidades e treinamento na área.


Metodologia

Os sujeitos foram examinados pelos dois fisioterapeutas com um intervalo de 1h entre as avaliações. Os sujeitos e os fisioterapeutas foram cegados para o procedimento ou seja, os sujeitos não sabiam que seriam avaliados e os fisioterapeutas não sabiam o diagnóstico prévio. E ainda os sujeitos foram randomizados aleatoriamente para as avaliações. Dessa forma,  pode se perceber um grande acerto metodológico dos autores do estudo além de uma preocupação com um treinamento prévio dos fisioterapeutas na  realização dos testes propostos no estudo.


Resultados

Quando falamos da confiabilidade para os testes provocativos de dor, o índice de concordância entre os fisioterapeutas foi de 67 a 97% e com um índice Kappa de 0,43 a 0,84 sendo considerado, moderado a bom.

Quando falamos da confiabilidade para o único teste de palpação utilizado no estudo, o joint play, temos uma concordância de 48% e um índice Kappa de 0,06 sendo, considerado pobre.

O que devemos perceber é que a porcentagem de concordância não tem uma relação direta com o índice Kappa, sendo então, o índice Kappa uma ferramenta melhor que a porcentagem para avaliação da confiabilidade de um fenômeno.

E agora, quais testes para a sacroilíaca devemos utilizar em nossa prática clínica? E quais testes de palpação estática e dinâmica devemos utilizar?


Artigo disponível em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16843031

 Leonardo Nascimento, Ft Msc ETM DO
 Fisioterapeuta pela UNICID/SP
 Pós graduado em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela UNICID/SP
 Especialista em Terapia Manual e Postural pela Cesumar/PR
 Especialista em Osteopatia pela Universidade Castelo Branco/RJ
 Osteopata Certificado pela Escola de Madrid
 Mestre e Doutorando em Ciências da Reabilitação - USP
 Diplomado em Osteopatia pela SEFO (Scientific European Federation Osteopaths)

É um estudioso da área de palpação e sensibilidade manual tátil no Laboratório de Fisioterapia e Comportamento na Universidade de São Paulo - USP


É interessado na área de diagnóstico em Osteopatia e Terapias Manuais e na validação da palpação como ferramenta diagnóstica

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

INTERDEPENDÊNCIA REGIONAL

Nervo vertebral

Argumentos a favor e contra o movimento da sinostose esfeno-occipital: Promover o debate