Qual a precisão na identificação de pontos anatômicos de referência por 30 artroscopistas experientes do quadril?
Esse é um tema sempre controverso pois,
sempre que falamos de testes diagnósticos por palpação caímos na falta de
precisão e confiabilidade dessa modalidade diagnóstica porém, outros
profissionais da saúde como enfermeiros, médicos, fonoaudiólogos também
utilizam esse procedimento e qual a confiabilidade deles?
O texto dessa semana comentaremos um artigo
publicado no American Journal Ortopaedics, um periódico muito respeitado na
área de Medicina Ortopédica.
Foi realizado um estudo para avaliar a capacidade de 30
artroscopistas de quadril experientes para identificar marcos de superfície
comuns usados durante a artroscopia de quadril.
Trinta artroscopistas de quadril realizaram de forma independente
um exame cego de um voluntário humano em posição supina em repouso para a
identificação de 5 marcos de superfície: espinha ilíaca anterior superior
(ASIS), ponta do trocânter maior (GT), reto (RO), anel inguinal superficial
(SIR) e tendão do psoas (PT).
Os examinadores aplicaram os rótulos ASIS, GT, RO, SIR e PT aos
marcos. Um ultra-sonografista realizou um exame de ultra-som musculoesquelético
com os rótulos aplicados também, e um fotógrafo documentou as etiquetas do
examinador após a obtenção de sobrecarga e imagens digitais laterais com o uso
de montagens de câmera fixa.
Foram analisadas imagens compostas de sobreposição digital de
rótulos de artroscopista e ultra-sonografista. A direção e a distância de
marcadores colocados incorretamente foram comparadas com valores conhecidos
para estruturas neurovasculares previamente reportadas para portais artroscópicos
comuns.
A distância média dos rótulos aplicados pelo examinador aos
marcadores aplicados por ultra-sonómetro foi de 31 mm para ASIS, 24 mm para GT,
26 mm para RO, 19 mm para SIR e 35 mm para PT.
A variabilidade interobservador dos rótulos aplicados pelo
examinador foi registrada como áreas de intervalo preditivo de 95%: 65 cm2 para
ASIS, 16 cm2 para GT, 221 cm2 para RO, 38 cm2 para SIR e 29 cm2 para PT. Os
rótulos dos examinadores demonstraram o maior potencial de lesão devido à
imprecisão do portal anterior.
Artroscopistas de quadril experientes variaram em sua habilidade de
identificar com precisão e acurácia os marcos de superfície comuns sobre o
quadril, usando apenas palpação manual.
O que podemos concluir que mesmo para outras áreas, a palpação continua
sendo um grande desafio e deve ainda ser muito estudada.
Por Leonardo Nascimento
Bibliografia
Christoforetti JJ, Delong J, Hanypsiak BT, Suri M, Domb BG, Snibbe JC, Gerhardt MB. Precision and Accuracy of
Identification of Anatomical Surface Landmarks by 30 Expert Hip Arthroscopists.
Am J Orthop
(Belle Mead NJ). 2017 Jan/Feb;46(1):E65-E70.
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