O tratamento da síndrome do intestino irritável refratária com Osteopatia Visceral: Resultados de um ensaio randomizado de curto prazo e de longo prazo.

Treatment of Refractory Irritable Bowel Syndrome with Visceral
Osteopathy: Short-Term and Long-Term Results of a Randomized
Trial1

O tratamento da síndrome do intestino irritável refratária com Osteopatia Visceral: Resultados de um ensaio randomizado de curto prazo e de longo prazo.


Thu Van ATTALI1, Michel BOUCHOUCHA 1, 2,
Robert ENAMOUZIG1,3
 doi: 10.1111/1751-2980.12098
 2013 Dec;14(12):654-61

1-   Hôpital Avicenne, Service de Gastroentérologie, Bobigny,
2-   Université Paris V René Descartes Paris,
3-   Université Paris XIII –Bobigny, France

INTRODUÇÃO
A síndrome do intestino irritável (IBS) é definida pela associação entre dor abdominal, distensão abdominal, e disfunção intestinal para períodos recorrentes, tal como especificado pelos critérios de Roma III. A baixa eficiência dos tratamentos com medicamentos convencionais  levaram muitas equipes para chegar um interesse no tratamento alternativo não-farmacológico de IBS, especialmente para a maior parte dos casos graves.

Apenas um estudo avaliou a eficácia da osteopatia para IBS 9. Neste estudo, doentes de IBS foram aleatoriamente designados para osteopatia ou terapia padrão. sintomas e qualidade de vida IBS foram avaliadas após 1, 3 e 6 meses. Osteopatia foi associada com a melhora sintomática global. No entanto, o desenho do estudo não permitiu separar claramente um efeito osteopático verdadeiro de um efeito osteopático placebo. Na verdade, o efeito placebo é bem conhecido e forte entre estes pacientes. Além disso, o mecanismo fisiológico da melhora não foi investigada.

O objetivo deste trabalho foi avaliar o verdadeiro valor da osteopatia visceral em comparação com um placebo manipulação normalizada, sobre os sintomas, o trânsito do cólon e a sensibilidade rectal em pacientes com IBS refratários.

MÉTODOS
Um estudo prospectivo monocêntrico cruzado randomizado controlado com placebo foi realizado

TÉCNICAS OSTEOPÁTICAS
Durante todo o período do estudo, os tratamentos habituais foram autorizados. Em cada sessão de tratamento (manipulação Placebo ou manipulação osteopática visceral) teve a mesma duração (45 minutos). O tratamento osteopático incluíam diferentes técnicas. Resumidamente, no início de cada sessão, o osteopata usou uma técnica visceral mundial: com as duas mãos, os osteopata aplica vibrações suaves para o abdômen. De acordo com as queixas do paciente, o osteopata usou uma técnica local sobre zonas que mais altamente sensíveis. O osteopata pressionou os dedos sobre o abdômen do paciente, atingiu a zona em questão, e vibrou dedos em torno dele.
Além disso, o osteopata utilizada uma assim chamada "técnica sacral", que consiste em manipular cuidadosamente o sacro no que diz respeito aos ossos ilíacos. Ao fazê-lo, o osteopata destina-se a estimular os nervos esplânicos pélvicos, da natureza parassimpático, que surgem a partir de S2, S3, S4 através forame sacral.




TÉCNICA PLACEBO
As características perceptível do tratamento com placebo foram similares aos o tratamento osteopático: o osteopata aplicava as mãos nos mesmos
pontos do abdómen, de modo a dar ao paciente as mesmas percepções
como no tratamento osteopatia, com uma duração semelhante. A manipulação  placebo era uma massagem superficial abdominal pelo qual os órgãos não foram mobilizadas; No entanto, o praticante utilizou movimentos de mãos semelhantes aos verdadeiros das manipulações Osteopática (variedade e duração de movimentos). Para minimizar ainda mais o risco de que os pacientes poderiam diferenciar as manipulações, as técnicas foram feitas de maneira consecutiva.

VARIÁVEIS
Foram estudados os sintomas, constipação, diarreia, dor e distensão abdominal com uma escala visual analógica de 10 cm.
Sensibilidade retal e tempo de transição do colón total e segmentar.

RESULTADOS
Foram comparados os grupos de tratamento e placebo nos tempos 1, 2 e 3, que foram chamados de EV1,EV2 e EV3, sendo que EV1 é antes das intervenções, EV2 após o primeiro grupo de tratamento, e EV3 após o segundo grupo de tratamento (variando entre placebo e tratamento osteopático).
As tabelas a seguir mostram as diferenças







O estudo tem algumas limitações citadas pelos autores tais como o desenho cruzado que aumenta a validade interna, porém não houve um wash-out o que pode gerar  uma viés de interferência das técnicas entre si. A estatística mais adequada seria fazer uma análise de variância pois as análises em separado podem aumentar os erros estatísticos. As apresentações das tabelas poderiam ser melhoradas. Entretanto, há um grupo placebo, há um controle de variáveis, variáveis confiáveis e bem descritas na literatura e  ainda apresenta um follow-up.

Mais estudos precisam ser feitos e os métodos cada vez mais melhorados.


Um forte abraço

Bons estudos.

Fellipe Amatuzzi Teixeira, Ft, Msc, D.O., PhD
Fisioterapeuta
Osteopata pela Escuela de Osteopatia de Madrid - EOM
Especialista em Osteopatia - UCB/RJ
Member of Scientific European Federation Osteopaths - SEFO
Mestre em Educação Física - UCB/DF
Doutor em Ciências e Tecnologias em Saúde - FCE/UnB

CURRICULUM LATTES 

Prof Fellipe Amatuzzi é osteopata DO pela EOM e professor do curso de Fisioterapia da Universidade de Brasília
É um interessado em estudos relacionando respostas vasculares e autonômicas frente ao tratamento osteopático e tratamento da dor crônica atuando no grupo de dor crônica do Hospital Universtário de Brasília – HUB/UnB




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