A RELAÇÃO ENTRE INCONTINÊNCIA URINÁRIA, FORÇA DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO E CAPACIDADE DE ATIVAÇÃO DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS EM MULHERES COM DOR LOMBAR
A
RELAÇÃO ENTRE INCONTINÊNCIA URINÁRIA, FORÇA DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO E
CAPACIDADE DE ATIVAÇÃO DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS EM MULHERES COM DOR LOMBAR
Douglas
Lima de Abreu1, Pedro Teixeira Vidinha
Rodrigues1, Letícia Amaral
Corrêa1, Leandro Alberto Calazans
Nogueira2, Adriana de Carvalho
Lacombe 3 e Dianne Andreotti4
1Centro Universitário Augusto Motta
– UNISUAM, Programa de pós-graduação Strictu
Sensu em Ciências da Reabilitação, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
2 Departamento de Fisioterapia do
Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
3 Programa de pós-graduação em
Ciências Médicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro– UERJ, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
4SMARTERehab, Gordola,
Suíça
E-mail:
douglasterapia@hotmail.com
INTRODUÇÃO
Dor
lombar de origem não específica está associada a alguns fatores de risco tais
como idade, sexo e instabilidade das estruturas musculoesqueléticas do tronco.
A estabilidade lombopélvica é um
sistema que depende do controle muscular do transverso do abdômen (TrA),
diafragma, multífidos e
músculos do assoalho pélvico (MAP). A ativação dos MAP e músculos abdominais de
forma coordenada é importante para manter a continência urinária e a
estabilidade do tronco.
OBJETIVOS
Analisar
a relação entre a força dos músculos do assoalho pélvico, funcionalidade lombar
e incontinência urinária em mulheres com dor lombar.
MÉTODO
Este estudo possui um delineamento
transversal e está em conformidade com
a declaração das exigências do STrengthening
the Reporting of OBservational
studies in Epidemiology
(STROBE). Foi
submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro
Universitário Augusto Motta (UNISUAM), na cidade do Rio de Janeiro, antes da
sua execução, em consonância com a resolução 466/2012 e registrado com o número
CAAE 47111815.0.0000.5235. Todas as participantes que preencheram os critérios
de elegibilidade assinaram, antes do início da pesquisa, o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Foram
selecionadas mulheres de idade entre 40 e 65 anos com dor lombar, na cidade de
Macaé, Rio de Janeiro, no período de Dezembro de 2015 a Abril de 2016. As
participantes realizaram uma anamnese fisioterapêutica e em seguida responderam
aos questionários Oswestry
Disability
Index
(ODI) e Escala Numérica de Dor (END). Após, foi identificado o grau de força
muscular dos músculos do assoalho pélvico (MAP) por meio da palpação bidigital,
utilizando a escala de Oxford modificada e o teste de capacidade de ativação do
músculo transverso do abdômen (TrA), utilizando a unidade de biofeedback
pressórico
Stabilizer®.
RESULTADOS
No
total, 57 mulheres participaram do estudo, porém três foram excluídas no grupo
Sem IU devido apresentarem tumores. Foram incluídas 54 mulheres, sendo 23 Sem
IU (43%) e 31 Com IU (57%). Os grupos eram homogêneos quanto às características
demográficas, as características da dor, o índice de massa corporal, variáveis
do estilo de vida e a função lombopélvica
(incapacidade lombar). O histórico ginecológico (vias de parto, estado do
climatério, uso de reposição hormonal, atividade sexual, histórico de doença
sexualmente transmissível, menopausa, cirurgia ginecológica e uso de
contraceptivo) e a função intestinal não apresentaram diferenças
estatisticamente significativas no teste do qui-quadrado. Não houve diferença
estatisticamente significativa na força dos MAP (p= 0,61)
e na capacidade de ativação do TrA (p= 0,4)
em mulheres com dor lombar com ou sem IU. Não houve correlação significativa
entre os MAP e a END, TrA,
ODI, tempo de dor e idade. Nas mulheres que apresentavam IU o teste ANOVA de Kruskal-Wallis
evidenciou não haver diferença estatisticamente significativa na intensidade de
dor, incapacidade lombar e força dos MAP entre os três grupos de IU.
Entretanto, a média da capacidade de ativação do transverso do abdômen esteve
reduzida no grupo de IU de urgência quando comparada aos demais grupos (IU
urgência = 2,86 mmHg; IU esforço = 8,69 mmHg; IU mista = 6,6 mmHg; p =
0,016).
CONCLUSÃO
Os
resultados encontrados neste estudo sugerem que a presença de IU em mulheres
com dor lombar não está diretamente relacionada com a perda da função muscular
da coluna lombar. A força insuficiente dos MAP pode ser determinante para a
presença do quadro de dor lombopélvica e IU
em mulheres.
Portanto, com base neste estudo, pode-se
concluir que a fraqueza dos MAP tem maior influência sobre a dor lombar em
mulheres com ou sem IU do que a capacidade de ativação do TrA.
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