Como realizar a palpação de localização dos processos transversos torácicos?


Para a avaliação da coluna torácica, a palpação dos tecidos é parte fundamental do exame físico. Para sua correta localização, um profundo conhecimento da anatomia é fundamental, a forma das estruturas, o tamanho, a profundidade e a densidade são parâmetros imprescindíveis para sua palpação de localização.

Métodos de palpação foram propostos para orientar os clínicos na localização dos processos transversos torácicos. No entanto, nenhum estudo avaliou a validadação da palpação dos processos transversos torácicos ou o sua melhora utilizando se do ultra-som musculoesquelético.

Esse estudo explorou a validadação da localização dos processos transversos torácicos usando palpação, como comumente realizada pelos clínicos,  desenvolveou um método de palpação preciso e válido, e  avaliou o valor agregado ao US.

Um procedimento padronizado foi utilizado em seis cadáveres. Consistiu na inserção de marcadores através dos processos transversos de  T3, T5, T6 e T8 e processos espinhosos, os quais foram identificados por palpação e US.

Primeiro, um cadáver fresco foi usado para explorar a validadação do método de palpação comum. Uma vez que uma validação pobre foi observada, um método de palpação intermediário e um final  foram testados em um total de cinco cadáveres sob a técnica Thiel-embalmed.

Uma pausa para criticar o artigo: como realizar um estudo com palpação de cadáveres pois, sabemos que até mesmo um cadáver fresco tem alterações importantes nos tecidos mas, os autores utilizaram essa técnica Thiel-embalmed que é uma técnica que se baseia numa mistura de compostos de sal e quantidades muito baixas de formaldeído volátil e formalina para efetuar a fixação do tecido com um número de propriedades únicas. Essa técnica mantém as propriedades dos tecidos ou seja, não temos odor cadavérico característico, os tecidos se mantém com a mesma textura e densidade do tecido vivo, temos a preservação de cores dos músculos, vísceras e vascularização além de um tratamento antimicrobiano.

Voltando ao estudo, foi realizada uma análise descritiva de concordância entre o método de palpação e o ultrassom.

A palpação final levou à determinação adequada de todos os processos transversos torácicos em três espécimes com um erro médio de 4 ± 1,8 mm em relação ao ponto central avaliado. O coeficiente de variação e o erro quadrático médio foram ≤0,15 e 0,21 mm, respectivamente. O gráfico de Bland-Altman não mostrou diferenças entre a palpação e o US.

O método palpatório utilizado e esse é um dos poucos estudos que o descrevem e segue na tabela abaixo:

1
Determinar do processo espinhoso torácico de T3
2
Marcar a referência
3
Determinar a intersecção entre o processo transverso e espinhoso
4
Confirmar pelo espaço intercostal
5
Determinar o seguinte
6
Confirmar

Em conclusão, este estudo relata a validade de um novo método de palpação usando múltiplos marcos para orientar a localização dos processos transversos torácicos e para o qual o US não parece adicionar valor na precisão.

 Esses resultados podem ter importantes implicações clínicas para os clínicos usando palpação. E esse foi um dos primeiros estudos que relatou qual a metodologia utilizada.

No final podemos concluir que estamos a caminho para uma melhora em nossos procedimentos palpatórios diagnósticos.



Bibliografia

Pagé I, Descarreaux M, Sobczak S

Development of a new palpation method using alternative landmarks for the determination of thoracic transverse processes: An in vitro study.

Man Ther. 2016 Sep 20. pii: S1356-689X(16)30716-0. doi: 10.1016/j.math.2016.09.005. [Epub ahead of print]



Por Leonardo Nascimento

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