Mobilizações da coluna X Excitação Simpática

Man Ther. 2014 Aug;19(4):281-7. doi: 10.1016/j.math.2014.04.004. Epub 2014 Apr 13.
The effects of spinal mobilizations on the sympathetic nervous system: a systematic review.
Author information

1Centre for Physiotherapy Research, University of Otago, 325 Great King Street, Dunedin 9016, New Zealand. Electronic address: Kingston_laura@hotmail.com.
2Centre for Physiotherapy Research, University of Otago, 325 Great King Street, Dunedin 9016, New Zealand




A atividade do sistema nervoso simpático é de importância para os terapeutas manuais, uma vez que a experiência de dor está associada com a actividade simpática.  

Muitos estudos analisaram os efeitos da manipulações vertebrais e as alterações geradas no sistema nervoso autônomo. Porém, a ciência atual pouco explorou sobre os efeitos das mobilizações de segmentos vertebrais e sua relação com o sistema nervoso autônomo. 

Em textos anteriores, falamos sobre as revisões sistemáticas e como são feitas - que é o desenho deste estudo.

Vamos relembrar?

1- Objetivos - deve se estabelecer os objetivos de sua revisão, tanto o objetivo primário quanto os secundários.

O objetivo principal desta revisão foi investigar os efeitos de mobilizações da coluna vertebral em comparação com um controle ou placebo em medidas de resultados simpáticos. 

O objetivo secundário foi o de estabelecer o nível de mudança, ou excitatória ou inibitória, em medidas de resultados simpáticos. 

2- Revisão da Literatura - deve se procurar em toda a literatura científica possível e de preferência, deve se ter como base alguma outra revisão sistemática anterior sobre o tema. Deve se então, escolher qual a data de início da sua busca, baseado nos achados.

Cinco bases de dados eletrônicas (Ovid Medline, Embase, Amed, Pedro, e da Biblioteca Cochrane; desde o início do banco de dados a maio de 2012) foram pesquisados ​​para ensaios clínicos randomizados. 

Um estudo clínico randomizado controlado ou simplesmente estudo randomizado controlado (randomized controlled trial)  é o procedimento preferencial nos experimentos terapêuticos, sendo frequentemente utilizado para testar a eficácia de uma dada abordagem terapêutica em uma população de pacientes, ou para coletar informações sobre efeitos secundários de um dado tratamento, por isso são os mais valorizados em revisões sistemáticas.

O termo "randomizado" diz respeito ao fato de que os grupos utilizados no experimento têm seus integrantes escolhidos de forma aleatória. O termo "controlado" diz respeito a determinadas variáveis que são controladas, buscando-se identificar a relação entre variáveis.

3- Avaliadores - são os pesquisadores responsáveis por analisar e classificar os estudos encontrados.

Dois avaliadores independentes aplicaram os critérios de inclusão e estudos de avaliação de qualidade metodológica. 

Sete estudos preencheram os critérios de inclusão. 

4- Resultados - os dados dos estudos são computados de acordo com uma metodologia específica e então são analisados em gráficos.

Todos os estudos demonstraram um aumento consistente em medidas de resultados do sistema nervoso simpático, indicativos de excitação, independentemente dos segmentos mobilizados. 

A síntese dos resultados estabelecem que temos fortes evidências (múltiplos estudos de alta qualidade (ECR) para uma mudança positiva na condutância da pele, freqüência respiratória, pressão arterial e freqüência cardíaca (que são os melhores parâmetros para a análise do funcionamento do sistema nervoso autônomo) entre a população saudável.

Como apenas um estudo investigou mudanças em uma população sintomática, havia uma evidência limitada (um RCT) para um aumento da condutância da pele e diminuição da temperatura da pele. A evidência a partir desta revisão sistemática apoia uma resposta simpato-excitatória para mobilizações espinhais independentemente do segmento mobilizados.

Logo, pode se concluir que as mobilizações da coluna vertebral tem efeitos expiatórios no sistema nervoso simpático pela ação direta na cadeia laterovertebral simpática porém, faltam estudos em populações sintomáticas.



Por Leonardo Nascimento

Leonardo Nascimento, Ft Msc ETM DO
Fisioterapeuta pela UNICID/SP
Pós graduado em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela UNICID/SP
Especialista em Terapia Manual e Postural pela Cesumar/PR
Especialista em Osteopatia pela Universidade Castelo Branco/RJ
Osteopata Certificado pela Escola de Madrid
Mestre e Doutorando em Ciências da Reabilitação – USP
Diplomado em Osteopatia pela SEFO (Scientific European Federation Osteopaths)





É um estudioso da área de palpação e sensibilidade manual tátil no Laboratório de Fisioterapia e Comportamento na Universidade de São Paulo – USP

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