Gillet ou Stork test? Qual a confiabilidade na avaliação da sacro ilíaca?

Phys Ther. 2007 Jul;87(7):879-87. Epub 2007 May 1.
Evaluation of the ability of physical therapists to palpate intrapelvic motion with the Stork test on the support side.
Avaliação da capacidade de fisioterapeutas para palpar movimento intrapélvico com o Stork test no lado do apoio.
Hungerford BA1, Gilleard W, Moran M, Emmerson C.
Hoje em dia na prática clínica e no ensino te terapia manual e osteopatia, temos grandes dificuldades em encontrar a maneira ideal  de avaliar a articulação sacro ilíaca, alguns autores falam da confiabilidade de testes isolados e outros acreditam na combinação de testes como melhor forma.
Um dos primeiros trabalhos publicados sobre este tema e pode ser considerado um clássico, é o trabalho de Laslett –http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8073316 – que além de pioneiro começou a investigar a combinação de testes para a tomada da decisão clínica do tratamento manipulativo na sacroilíaca.
O teste utilizado nesse artigo foi o Stork Test para os especialistas em terapia manual e o Gillet para os osteopatas. O nome muda mas, o teste é o mesmo, nesse artigo foi utilizado Stork test por preferência dos autores.
O que muda no teste dos osteopatas e dos especialistas em terapia manual são os parâmetros da realização do teste. Os osteopatas tema a especificidade em realizar o teste no braço maior e no braço menor da sacroilíaca e considera se que o osteopata está avaliando o ilíaco quando o paciente movimenta em flexão a perna do mesmo lado palpado e considera se a mobilidade do sacro quando o paciente movimenta a perna oposta.
Já em terapia manual temos uma grande controvérsia, acredita se que funcionalmente, o movimento relativo não deve ocorrer no interior da pelve durante a transferência de carga, enquanto que a rotação anterior do osso ilíaco em relação ao sacro ocorre durante o rolamento de peso na presença de dor pélvica. As evidências dos autores mostram que a sacroilíaca não deve mover se em indivíduos sem dor, o que é o grande ponto de contradição do artigo.
Indicadores clínicos de disfunção cintura pélvica são limitadas. No entanto, a pesquisa mostrou que o padrão de movimento intrapélvico é alterado durante o suporte em apoio unipodal em indivíduos com dor pélvica (PGP).
Funcionalmente, o movimento relativo não deve ocorrer no interior da pelve durante a transferência de carga, enquanto que a rotação anterior do osso ilíaco em relação ao sacro ocorre durante o rolamento de peso na presença de PGP. As evidências dos autores mostram que a sacroilíaca não deve mover se em indivíduos sem dor, o que é um ponto controverso do artigo.
Um outro ponto controverso do artigo é a utilização de somente um teste para a avaliação da sacroilíaca, o que já foi discutido em um outro artigo por aqui – http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16843031 – que não é a melhor maneira de encontrar a disfunção da pelve.
O objetivo deste estudo foi investigar se o padrão de movimento intrapélvico poderia ser detectado de forma confiável durante um novo teste de avaliação clínica para a transferência de carga funcional: o Stork test no lado do apoio.
Três fisioterapeutas foram aleatoriamente designados para palpar o movimento dos ossos ilíacos e sacro em 33 indivíduos durante o Stork test no lado do apoio. A direção do movimento do osso foi indicado em escalas de 2 pontos e 3 pontos.
Quando foi utilizada uma escala de 2 pontos, a confiabilidade interexaminador no padrão de movimento intrapélvico ocorrendo durante a transferência de carga apresentou boa confiabilidade (kappa esquerda = 0,67, kappa direita = 0,77), e o percentual de concordância foi alta (esquerda = 91,9% , direita = 89,9%).
A escala de 3 pontos resultou em confiabilidade moderada, tanto para a os lados esquerdo e direito (kappa esquerda = 0,59, kappa direita = 0,59), bem como a porcentagem de concordância diminuiu para 82,8% (esquerda) e 79,8% (direita).
A capacidade dos fisioterapeutas para palpar e reconhecer um padrão alterado de movimento intrapélvico durante o Stork test no lado do apoio foi fundamentada.
A capacidade de distinguir entre nenhum movimento relativo e rotação anterior do osso ilíaco durante uma tarefa de suporte de carga foi boa.
Mais pesquisas são necessárias para determinar a validade do teste para detecção de disfunção cintura pélvica.
E você leitor, usa o teste de Gillet ou Stork test em suas práticas clínicas?
Por Leonardo Nascimento
Leonardo Nascimento, Ft Msc ETM DO
Fisioterapeuta pela UNICID/SP
Pós graduado em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela UNICID/SP
Especialista em Terapia Manual e Postural pela Cesumar/PR
Especialista em Osteopatia pela Universidade Castelo Branco/RJ
Osteopata Certificado pela Escola de Madrid
Mestre e Doutorando em Ciências da Reabilitação – USP
Diplomado em Osteopatia pela SEFO (Scientific European Federation Osteopaths)
É um estudioso da área de palpação e sensibilidade manual tátil no Laboratório de Fisioterapia e Comportamento na Universidade de São Paulo – USP

Comentários

  1. Sou fisioterapeuta formado em RPG e aluno do primeiro nível- osteopatia estrutural da escola de osteopatia da IDOT RJ EU utilizo o gillet ensinado nela, e em todas as avaliações que foram necessários, Gillet mostrou-se bem preciso para diagnóstico da disfunção sacrailiaca.

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